'Aedes Aegypti' deve ser considerado inimigo público, diz infectologista
A ligação entre o aumento de casos de microcefalia no Brasil
com o mosquito aedes aegypti reforçou o papel de inimigo que o transmissor da
dengue, chikungunya e zika vírus tem. Para o infectologista Kelson Veras, o
mosquito deve ser considerado atualmente o maior inimigo público no país e
declarou temer que a epidemia afaste os turistas do Nordeste.
"A zika é uma doença epidêmica, de modo que as mulheres
grávidas durante este período correm o risco dos seus fetos terem má formação.
A microcefalia é a complicação mais grave pela infecção do vírus durante os
primeiros meses da gravidez, enquanto outras anomalias podem ser percebidas
somente quando a criança nasce. Devemos declarar guerra ao aedes aegypti",
afirmou.
A infecção por zika é mais grave nas mulheres em gravidez
inicial e nos três primeiros meses de gestação, que é quando o feto se forma.
"A microcefalia é diagnosticada na ultrassom, mas as outras lesões que a
acompanha só se têm certeza quando a criança nasce. É importante alertar que o
quadro não pode ser revertido, a mulher vai constar a anomalia no bebê e
enquanto a isto, não pode ser feito nada para evitar que a infecção pelo zika
evolua para esta má formação do cérebro", explicou.
O médico disse ainda que esses registros são apenas o início
e que isso vai acontecer todo ano. “As grávidas podem ter fetos com
microcefalia por outros motivos, como rubéola e casos de infecções, que são
eventuais. Já quando se tem uma epidemia de um vírus que causa microcefalia,
isto significa que todo ano teremos uma leva de bebês com microcefalia, que
seria apenas a ponta do iceberg, porque o problema de fato é maior e mais
grave. Teremos várias crianças com problemas de cegueira, surdez, má formação
cardíaca e outros déficits neurológicos”, contou.
Fonte: G1
Por Portal Alerta Buriti