PROFESSORAS DENUNCIAM ASSÉDIO MORAL
Para que todos entendam, assédio moral é todo comportamento abusivo (gestos, palavras, atitudes...) que ameaçam, por sua repetição, a integridade física ou psíquica de uma pessoa, degradando o ambiente de trabalho. Isso é o que tem acontecido na creche do Assentamento Josué de Castro, nos Tinguís, por parte da diretora Valquíria com alguns professores.
Na manhã de ontem (30/07/2013), nossa equipe de reportagem foi procurada por duas professoras recém- aprovadas no seletivo do município para fazerem denuncias de assédio moral contra a diretora da creche do Assentamento Josué de Castro, Sra. Bernarda Valquíria, escola na qual elas estão lotadas.
De acordo com as professoras, denunciantes, Glória e Marlene, as duas foram aprovadas para trabalharem 20 horas, ma como nenhum dos professores polivalentes, aprovados no seletivo, quis ir para a comunidade Tinguís, devido a falta de estrutura em transporte e moradia, lhes foram oferecida, pela Secretaria de Educação, 40 horas para elas assumissem a escola em seus trabalhos semanais, sendo que, junto a esta proposta, também lhes foram oferecido uma casa para morarem na comunidade e transporte para se deslocarem até lá, mas de acordo com as professoras, nada disso foi cumprido, além do mais, o abuso e o assédio moral por parte da diretora da creche, Sra. Valquíria, tem dificultado e está degradando o ambiente de trabalho. Segundo a professora Marlene, a diretora tem sido abusiva, truculenta e usa, na maioria das vezes, palavras de baixo calão, mostrando um total desequilíbrio, tanto profissional quanto psicológico, no exercício da função, a final, ela já expulsou alunos de uma outra escola, que tinham aulas em uma sala lá na creche e chegou até proibir a equipe da campanha de vacinação de entrar para vacinar as crianças, precisou uma professora levar os alunos até a outra escola para que eles fossem vacinados. Ela usa a escola como se fosse uma extensão da sua casa, disse a professora.
Tudo começou quando as professoras pegaram um pedaço de frango da merenda escolar para comerem, pois naquele dia era uma segunda-feira e elas não haviam levado almoço, só um lancha (iogurte e refrigerante). Foi o suficiente para a diretora Valquíria armar o maior barraco e agredir as professoras com palavras ofensivas, além de pegar o lanche que as professoras haviam levado e dividir entre a secretária, que passa o dia ouvindo música, e outros funcionários, argumentando que estava fazendo aquilo para elas pagarem pelo que tinham comido. Um absurdo! Ela manda fazer merenda em excesso, sobra e leva para os porcos dela, mas uma professora, mesmo pagando migalhas, é ofendida.
De acordo, ainda, com os relatos das professoras, a casa que lhes foi ofertada para moradia, não tinha água, não tinha portas, havia sim, buracos enormes na parede e porcos que habitavam por lá, mas para cumprirem sua parte no acordo, resolveram alugar uma casa na Coroa de São Remígio e compraram duas bicicletas para se deslocarem até a escola. As professoras pedalam 18km por dia para cumprirem seus compromissos, mas pelo fato delas terem residência fixa em Parnaíba (a maioria dos aprovados neste seletivo, são da cidade de Parnaíba), e terem de passar o fim de semana com seus familiares, elas têm a volta comprometida na segunda-feira, devido a dificuldade de transporte e quando chegam um pouco atrasadas, a diretora já tem dispensado os alunos com o argumento de que a culpa é das professoras que se atrasaram. Não é assim que se trabalha.
A falta de respeito e a perseguição, mostra a estratégia da atua gestão na tentativa de dificultar o trabalho dos professores fazendo com que eles desistam de suas funções, para só assim, eles poderem cumprir com seus acordos políticos, "contratando os seus", na maioria das vezes, desqualificados para tal função, pois nós, professores, sabemos que tem pessoas que não fizeram o seletivo e não concluíram o curso superior e estão trabalhando.
As professoras levaram o caso para a Secretária de Educação, mas ela falou que não pode fazer nada, pois a direção desta creche é um cargo do prefeito. "As costas dessa diretora deve ser muito largas", disse a professora, se referindo a falta de atitude da secretária.
Diante disto tudo ficam as duas professoras, sendo humilhadas e sofrendo assédio moral, enquanto que as "costas largas" da diretora e os acordos políticos falam mais alto e garantem a permanência de ditadores à frente das escolas.
Fonte: Professoras Marlene e Glória
Redação: Régis Silva